O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO NAS AMÉRICAS


A Guerra de Secessão entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos eclodiu devido às contradições herdadas da fase colonial, e que foram aprofundadas por questões políticas, econômicas e sociais que distinguiam as duas regiões. À primeira vista, parece que o problema da escravidão teria sido o mais importante para explicar o conflito, mas, na realidade, a questão econômica é muito mais significativa por que:


o Norte era contrário à construção de estradas ligando o leste ao oeste, enquanto Sul era favorável a estas construções.


o Norte tinha interesse maior no mercado externo, enquanto o Sul tinha interesse maior no mercado interno.


a classe economicamente dominante no Norte era a dos latifundiários, enquanto no Sul era burguesia.


a economia no Norte era basicamente agrícola, enquanto no Sul era basicamente industrial.


o Norte era a favor de tarifas protecionistas, enquanto o Sul era contrário a estas tarifas.

Leia com atenção:

 

Em toda a América, falava-se muito de liberdade, de igualdade, dos direitos do homem. A declaração de Independência proclamava “Consideremos essa verdade evidente: QUE TODOS OS HOMENS SEJAM CRIADOS IGUAIS”. Agora eram aprovadas leis que tentavam fazer essa verdade tomar corpo na vida real, e não só no papel. (HUBERMAN, 1966, p. 69)

 

A Constituição americana de 1787, como todas as constituições burguesas, significou a condenação das práticas políticas discriminatórias, vigentes até então. Podemos apontar como características da Constituição americana:

 

I – adoção de um Estado federal soberano, responsável pela política exterior, pela defesa, pelo comércio com o estrangeiro e entre os Estados.

II – criação de estados independentes, com maior autonomia e poder soberano nas decisões políticas internas.

III – governo estruturado em quatro poderes: legislativo, judiciário, executivo e federativo-moderador, criado em 1789, após a aprovação da Constituição.

IV – estabelecia o direito de voto a todos os cidadãos, inclusive mulheres e negros, se tornando a primeira constituição a proclamar a igualdade social.

 

É correto apenas o que se afirma em:


I e IV 


I e II 


II e IV 


I, III e IV 


I, II e III 

Leia com atenção o texto a seguir:

 

(...) O movimento de independência proporcionou aos americanos o ensejo de fornecerem eles próprios a sua liderança. (...) Os novos líderes levavam, pois, nos ombros, mais do que a simples responsabilidade de conduzirem uma guerra a bom tempo. Esperava-se deles, agora, a espécie de liderança que outrora se pedia ao rei como supremo manancial de justiça e que por vezes não se pedia em vão. Mas faltava-lhes a autoridade, tanto humana como divina, que desfrutavam os soberanos. (DOZER, D. M. América Latina: uma perspectiva histórica. Porto Alegre: Globo, 1989, p.244.)

 

O fragmento aponta para uma nova liderança política que assumiu as nações latino-americanas nos anos pós-independência. Essa liderança possibilitou:


O fortalecimento do poder político das elites criollas, que deu origem a governos republicanos e federalistas.


A criação de um poder moderador, que controlava o poder da monarquia espanhola sobre os novos países.


Um governo nacional unificado exercido por Simón Bolívar, que substituiu a figura do rei e instaurou uma ditadura em toda a América Latina.


A dominação de uma burguesia mercantil, que inseriu as novas nações no contexto capitalista.


A opção pela monarquia constitucional, sob a liderança de um príncipe europeu como forma de assegurar a ordem política.

Leia com atenção o fragmento a seguir:

 

Ela [a elite criolla] é o grupo social dominante na colônia pela sua condição econômica e social, mas ao mesmo tempo está excluída do acesso aos cargos administrativos, políticos e eclesiásticos, monopólio dos espanhóis peninsulares. Além disso, ela teme a maioria de negros, índios e mestiços, criando muitas vezes mecanismos de exclusão política e social, causando grande tensão racial. (CHAUNU apud MÄDER, 2008, p.232)

 

A partir da análise de Pierre Chaunu, acerca das contradições e complexidades internas da sociedade colonial, no período das lutas de independência na América espanhola, podemos concluir que:


As massas populares eram simples atores sociais que seguiam passivamente os líderes criollos insurgentes.


A partir das independências houve uma mudança nas estruturas econômicas e sociais coloniais.


O conflito principal era entre a elite criolla, negros e índios, a favor da independência e contra a opressão espanhola.


Criollos e espanhóis se apoiaram nas lutas pela independência para evitar a tomada de poder pelas camadas populares.


Os criollos desejavam liberdade política e econômica mas se sentiam ameaçados com a possibilidade de profundas mudanças nas bases da sociedade.

A colonização inglesa na América do Norte não seguiu, desde o início, um padrão rígido de controle e administração como ocorreu nas colônias espanholas. As diferentes características das regiões coloniais (norte, centro e sul) e as crises internas da Inglaterra contribuíram para que as colônias adquirissem certa autonomia. A postura da metrópole inglesa em relação às Treze Colônias começou a mudar a partir do século XVIII, principalmente porque:


a Revolução Industrial supriu a falta de matérias primas na Inglaterra, permitindo aos colonos da América do Norte ficarem livres para realizar o comércio triangular e intercolonial.


a instauração de uma monarquia parlamentar e a Revolução Industrial garantiram estabilidade política e econômica à Inglaterra, que passou a explorar de forma mais efetiva as colônias.


a Inglaterra estabeleceu acordos de paz com os indígenas, permitindo aos colonos expandirem de forma amistosa os territórios a oeste das Treze Colônias.


os acordos políticos estabelecidos com a Espanha permitiu à Inglaterra importar para suas colônias o mesmo modelo de administração utilizado nas colônias ibéricas.


a França deu apoio econômico à Inglaterra, facilitando sua relação com as colônias e ampliando a exploração comercial.

O século XIX foi marcado por inúmeras transformações sociais, políticas e intelectuais que contribuíram para a formação dos EUA e sua consolidação como potência capitalista. Sobre esse contexto, analise as afirmativas a seguir:

 

I - Assim que os Estados Unidos consolidaram internamente seu desenvolvimento econômico, a política em relação à América Latina assumiu contornos mais nítidos e efetivos.      

II - A Doutrina Monroe definiu os princípios da política externa norte-americana: os Estados Unidos viam como uma ameaça qualquer tentativa de intervenção europeia nas Américas.           

III - A Doutrina Monroe marcou o início das pretensões imperialistas dos EUA, mas somente nas últimas décadas do século XIX a vontade expansionista de caráter imperialista consolidou-se de fato.

 

É correto o que se afirma em:


II e III, apenas.


I, apenas.


III, apenas.


I e II, apenas.


I, II e III.

O pensamento bolivariano ainda influencia alguns líderes no contexto político e econômico latino-americano atual, mas não se pode ressuscitar esse pensamento de forma integral, visto que Bolívar e os seus discursos são históricos, ou seja, estão inscritos num tempo e espaço próprios. Portanto, as ideias de Bolívar devem ser compreendidas no contexto da América Latina no século XIX.

 

A respeito das ideias propostas pelo Bolivarismo, é correto afirmar que:


buscava o apoio da Espanha para a organização política dos novos estados na luta contra o caudilhismo.


tratou-se de uma visão de Pan-Americanismo fundada no predomínio da América Latina sobre os Estados Unidos.


tinha por base um único documento: a Mensagem do Presidente Simón Bolívar, enviada ao Congresso dos EUA, em 1823.


defendeu a necessidade de uma confederação dos países recém instalados no continente, face à possível contra-ofensiva da Espanha, apoiada pela Santa Aliança.


negava aos europeus o direito de intervenção no continente americano, seja para criar áreas de colonização, seja para ameaçar a independência recém-conquistada pela maioria dos Estados americanos.

A independência marcou o início do processo de formação e consolidação da nação norte-americana. Após 1783, o governo dos Estados Unidos deu início à expansão territorial a partir da conquista de novas áreas a oeste. Em meio século, de 1803-1853, os Estados Unidos triplicaram sua superfície, tendo o seu território continental adquirido praticamente o contorno atual, com exceção do Alasca e das Ilhas Havaí.

O mapa a seguir evidencia as principais etapas dessa expansão:

Fonte: (Adaptado de: FRANCO JR., Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de O. Atlas história geral. São Paulo: Scipione, 2000, p.51)

A partir da análise do mapa e tendo como referência as leituras realizadas, assinale a alternativa que identifica corretamente a(s) região(ões) e a justificativa para sua anexação:


Região 2: aquisição de territórios indígenas mediante acordos de paz estabelecidos após a independência.


Regiões 3 e 5: compra de territórios franceses e espanhóis negociados nos primeiros anos do expansionismo.


Região 1: compra do território da Flórida pertencente aos povos canadenses, que ameaçavam dominar a região.


Regiões 9 e 10: territórios cedidos pelo México após acordos diplomáticos para exploração de ouro e minérios.


Regiões 7 e 10: compra de territórios ingleses e mexicanos para expansão da produção de tabaco e algodão.

A segunda metade do século XIX, corresponde ao período em que os Estados Unidos se tornaram efetivamente um país industrializado. Vários fatores conjugados contribuíram para a o desenvolvimento dos EUA, dentre os quais destacam-se:

 

I - A ampliação do trabalho escravo para as áreas do Oeste que foram posteriormente incorporadas à União com o fim da guerra civil.

II - As condições excepcionais do território em recursos naturais e fertilidade do solo, contando ainda com uma extensa rede ferroviária e fluvial para os transportes.

III - O estímulo do governo com o Homestead Act de 1862 (Ato da Propriedade Rural), doando 160 acres de terras a quem se dispusesse cultivá-las, no mínimo, durante 5 anos.

IV - O desenvolvimento do mercado interno e da urbanização crescente, além da adoção de medidas de protecionismo e estímulo aos empresários.

 

É correto apenas o que se afirma em:


II e IV


I, II e IV


I e III


II, III e IV


II e III

Leia com atenção o texto a seguir:

 

“[...] Ao longo de toda a experiência dos povos latino-americanos a liderança fora fornecida pelas metrópoles, pelos reis de Sevilha, de Madrid e de Lisboa, e pelos agentes dessa realeza estrangeira na América. Mas o movimento de independência proporcionou aos americanos o ensejo de fornecerem eles próprios a sua liderança. Fizeram-no bem e com êxito. Mas faltava a essa liderança a sanção de legitimidade. Não repousava ela sobre a espécie de autoridade que o rei de Espanha encarnava, mas sobre a violência. Os novos líderes levavam, pois, nos ombros, mais do que a simples responsabilidade de conduzirem uma guerra a bom tempo. Esperava-se deles, agora, a espécie de liderança que outrora se pedia ao rei como supremo manancial de justiça e que por vezes não se pedia em vão. Mas faltava-lhes a autoridade, tanto humana como divina, que desfrutavam os soberanos”. (DOZER, D. M. América Latina: uma perspectiva histórica. Porto Alegre: Globo, 1989, p.244.)

 

O fragmento aponta para uma nova liderança política que assumiu as nações latino-americanas nos primeiros anos após a independência. Essa liderança teve por características:

 

I - a dominação de uma burguesia mercantil inserindo as novas nações no contexto capitalista

II - a ascensão da elite criolla ao poder sob regimes políticos de tendência liberal e conservadora

III - o fortalecimento do poder político pessoal que deu origem ao caudilhismo

IV - a opção pela monarquia constitucional, sob a liderança de um príncipe europeu como forma de assegurar a ordem política.

 

É correto apenas o que se afirma em:


III e IV


I, II e III


II e III


I, II e IV


I e II

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